Testes de segurança: entenda o que são e como implementá-los
- Atomic Solutions
- 9 de out. de 2024
- 9 min de leitura
Atualizado: 27 de nov.
Com o crescimento de ameaças cibernéticas, testes de segurança emergem como um pilar essencial para uma navegação confiável.
As falhas de segurança causam prejuízos milionários, além de comprometer a confiança do cliente e a reputação da marca.
Assim, os testes de segurança são uma solução para transformar a defesa reativa em uma estratégia proativa e inegociável para a sobrevivência de qualquer negócio. Mas, afinal, o que são e como funcionam esses testes?
Eles são, basicamente, um processo sistemático e planejado para identificar vulnerabilidades e pontos fracos em sistemas, redes e aplicações antes da exploração por invasores.
Esse processo não se limita a encontrar o problema, mas também a mapear e classificar o risco associado, promovendo a integridade, a confidencialidade e a disponibilidade dos seus dados.
Nesse artigo, vamos explorar os principais métodos, desde o Teste de Penetração (Pentest) até as abordagens mais recentes de SAST e DAST.
Continue a leitura para descobrir como implementar os testes de segurança e blindar seus ativos digitais!
O que são testes de segurança?
Os testes de segurança são um conjunto estruturado de atividades executadas para identificar, analisar e reportar vulnerabilidades em um sistema, aplicativo ou infraestrutura de rede.
Seu principal objetivo é simular ações de um ataque cibernético mal-intencionado para identificar falhas que poderiam ser exploradas.
Enquanto outros testes verificam apenas a funcionalidade, os testes de segurança avaliam a resiliência de seu produto, concentrando-se em questões como a integridade dos dados, a confidencialidade das informações dos usuários e disponibilidade do sistema em situações de ameaça.
Assim, esse é um investimento em prevenção de falhas no desenvolvimento da arquitetura de software, garantindo que a fundação do seu produto seja bem protegida.
Para que servem os testes de segurança?
Segundo o relatório de segurança divulgado pela Indusface no primeiro trimestre de 2024, os ataques cibernéticos cresceram 76% em comparação com o mesmo período em 2023, totalizando 1,89 bilhões de ataques bloqueados de janeiro a março de 2024.
Diante do crescimento exponencial de ameaças, a aplicação de testes de segurança é estratégica para a mitigação de riscos.
Além disso, esses testes são essenciais para evitar possíveis vazamentos de dados sensíveis, o que pode gerar aplicações de multas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), comprometendo a reputação de sua empresa.
Ao realizar testes proativos, a empresa evita prejuízos financeiros, demonstra um alto nível de maturidade digital e compromisso com a proteção de seus sistemas.
Por isso, a execução dos testes de segurança deve ser um processo contínuo e não apenas uma etapa pontual.
Exemplos de testes de segurança
Existem diversas ferramentas, estratégias e tipos de testes de segurança para implementar em sua empresa.
O ambiente de ameaças é diversificado, portanto, a resposta da segurança também precisa ser.
Não existe uma solução única para garantir a proteção completa de seu acervo digital, por isso, é importante entender que a segurança eficaz depende da combinação estratégica de diferentes tipos de testes.
Para que a mitigação de riscos seja efetiva, é essencial conhecer os principais tipos de testes de segurança e suas aplicações.
A seguir, apresentamos os exemplos mais comuns e cruciais para a defesa de aplicações e infraestrutura:
Pentest externo: simula um ataque externo, tentando obter acesso de fora para dentro.
Pentest interno: simula um ataque de dentro da rede, como um funcionário mal-intencionado ou um invasor que já obteve acesso a uma conta de usuário.
Testes de segurança de aplicativos (AST): avaliam a segurança de softwares e aplicativos durante o desenvolvimento e a operação.
Testes de segurança de redes Wi-Fi: buscam algoritmos de segurança fracos, senhas fracas e outras falhas em redes sem fio.
Testes de segurança para dispositivos móveis (MAST): simulam ataques em aplicativos móveis para encontrar vulnerabilidades específicas, como redes maliciosas e vazamento de dados.
Portanto, a proteção de sistemas depende de uma combinação estratégica de metodologias para identificar vulnerabilidades e riscos à segurança.
Não se trata apenas de aplicar um teste, mas de entender qual deles oferece a maior eficácia para o seu software no momento certo.
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Quais são as abordagens dos testes de segurança?
No tópico anterior, exploramos os tipos de testes de segurança e, neste tópico, vamos entender quais são as abordagens de testes disponíveis.
A escolha da abordagem ideal depende de dois fatores: o que será testado (código, aplicativo ou rede) e o momento da avaliação no ciclo de vida do software (SDLC).
Para montar a sua própria estratégia de defesa, é importante entender as características de cada uma das principais abordagens.
SAST vs. DAST
Essas abordagens identificam vulnerabilidades nos sistemas de maneiras diferentes.
O SAST (Análise Estática de Segurança de Aplicação), também conhecido como “teste de caixa branca”, analisa o código-fonte para identificar falhas durante o desenvolvimento do produto.
Seu objetivo é testar todas as vulnerabilidades antes do lançamento e da implementação da aplicação, como falhas estruturais, erros de codificação, backdoors e violações de padrões de segurança.
Em contraste, o DAST (Teste Dinâmico de Segurança de Aplicação), também conhecido como “teste de caixa preta”, testa a aplicação em execução para simular ataques.
Ele procura falhas que só se manifestam durante a operação da aplicação, como erros de configuração do servidor, problemas de autenticação e falhas na gestão de sessões.
Comparação entre os testes SAST e DAST
O SAST é mais ágil e tem menor custo para a correção de problemas antecipadamente, permitindo que os desenvolvedores corrijam erros rapidamente e economizem tempo no final do projeto.
Já o DAST detecta problemas de tempo de execução e de configuração — o que não é possível com o SAST.
Por atuarem em diferentes ciclos de desenvolvimento da aplicação, essas abordagens são vitais e complementares.
Para que essa análise seja eficiente e não gere retrabalho, é crucial ter um framework de automação bem estruturado que integre os resultados de ambos os testes e otimize a sua evolução em QA (Quality Assurance).
Teste de Penetração (Pentest)
O Teste de Penetração (Pentest) aprimora a avaliação de segurança das aplicações.
O Pentest é a simulação de um ataque previamente autorizado, conduzido por especialistas, chamados de pen testers, que utilizam criatividade, lógica e raciocínio humano para identificar e explorar vulnerabilidades.
Seu objetivo é identificar e explorar uma falha, quantificando o seu impacto no sistema em caso de ataques.
Para isso, o Pentest tem metodologias bem definidas, que podem ser classificadas conforme o nível de informação prévia concedida ao testador:
Black Box: o testador não recebe nenhuma informação interna, o que simula um ataque externo.
White Box: o pen tester tem acesso total ao código e à arquitetura, simulando um ataque interno ou um desenvolvedor mal-intencionado.
Gray Box: o testador recebe informações limitadas, simulando um usuário com privilégios.
Portanto, o Pentester é um validador de controles de segurança, oferecendo uma visão dos riscos de segurança de sua aplicação ou infraestrutura, fornecendo os dados necessários para a correção de falhas.
Avaliação de Segurança de Redes
A Avaliação de Segurança de Redes é a abordagem voltada à identificação de vulnerabilidades e falhas de configuração na infraestrutura que suporta os sistemas da organização.
Este processo envolve a revisão de dispositivos de rede, configurações, políticas de segurança e a forma como os dados são transmitidos e armazenados.
Seu objetivo é garantir que a rede esteja protegida contra ataques cibernéticos e outras ameaças, além de assegurar a integridade e confidencialidade das informações.
A finalidade desta avaliação cobre ativos críticos como:
Dispositivos de Borda: firewalls, roteadores e sistemas de prevenção de intrusão (IPS).
Servidores e hosts: patch management, hardening e configurações de sistema operacional.
Arquitetura: segmentação de rede, políticas de acesso (controle de acesso) e protocolos de comunicação.
Redes sem fio: configurações de Wi-Fi e segurança de pontos de acesso.
A Avaliação de Segurança de Redes permite que a infraestrutura da empresa esteja adequadamente protegida contra acessos não autorizados e ataques de negação de serviço.
Esta avaliação complementa o Pentest ao garantir que as bases de segurança da informação, conhecidas como Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade (CID), estejam estabelecidas no ambiente operacional.
Os 5 passos para implementar uma segurança eficaz
Saber como os testes de segurança funcionam é um ótimo começo, mas é essencial entender como suas metodologias são aplicadas.
Para ter uma segurança eficaz, é preciso que esses testes sejam aplicados continuamente, com disciplina, planejamento e integração das correções à sua rotina.
Assim, a implementação bem-sucedida de uma estratégia de verificações requer um roteiro claro que assegure o uso otimizado dos recursos, mitigando os riscos mais críticos.
Para transformar a teoria em uma defesa prática e sustentável, sua organização pode seguir estes cinco passos fundamentais:
Passo 1: definir a finalidade e objetivos
Ter uma definição clara da finalidade e dos objetivos é a base para todo o processo de testes de segurança, evitando o desperdício de recursos em área de baixo risco ou que falhas críticas passem despercebidas.
Com isso, ao definir o escopo dos testes, delimitamos quais ativos serão avaliados, detalhando e documentando suas especificidades, como:
Ativos: quais aplicações, APIs, faixas de IP, domínios ou módulos de software serão incluídos?
Limites: quais áreas não podem ou não devem ser tocadas para evitar danos operacionais?
Acesso: qual é o nível de acesso que os testers terão? Essa etapa é fundamental para decidir entre Pentest Black Box, White Box ou Gray Box, por exemplo.
Já os objetivos indicam qual metodologia será empregada. Alguns objetivos comuns incluem:
Compliance: garantir a conformidade com regulamentos específicos, como a LGPD e a PCI-DSS (Padrão de Segurança de Dados do Setor de Cartões de Pagamento).
Validação de mudança: assegurar que uma nova funcionalidade ou uma grande alteração arquitetural não introduziu novas vulnerabilidades.
Avaliação de risco: medir o nível de risco de uma aplicação crítica para a organização.
Com a finalidade e os objetivos bem definidos, a equipe de testes pode seguir para a nova fase, focando nos pontos importantes.
Passo 2: executar testes e coletar resultados
Aqui, as abordagens escolhidas no planejamento são aplicadas.
A execução deve seguir o que foi definido no Passo 1, unindo testes automatizados e testes manuais, conforme necessário.
O objetivo desse passo é a coleta de dados e a documentação, pois identificar uma falha não é o suficiente, é importante registrar cada descoberta com detalhes, incluindo:
entender como o testador chegou à falha;
coletar evidências, como capturas de tela, logs de requisições e de respostas;
verificar onde está o risco: na linha de código, na URL ou no componente de infraestrutura afetado;
classificar a gravidade inicial e preliminar do risco.
Assim, uma documentação detalhada determina o sucesso das próximas etapas dos testes de segurança, integrando-os de forma contínua à sua rotina e à garantia de qualidade de seus produtos.
Passo 3: analisar e priorizar vulnerabilidades
Neste passo, transformamos dados brutos em um plano de ação estratégico.
Com base nos dados coletados na fase de execução, essa etapa foca em validar as falhas identificadas e prioriza as vulnerabilidades de acordo com o risco que elas representam para o produto.
A equipe de segurança e desenvolvimento trabalha em conjunto para aplicar um modelo de risco, como o Common Vulnerability Scoring System (CVSS) ou metodologias da OWASP (Open Worldwide Application Security Project), para classificar cada vulnerabilidade.
Contudo, a prioridade de correção é um cálculo que vai além da pontuação técnica, considerando seu impacto no negócio, qual é a facilidade com que o atacante explora a falha e quais são os requisitos do compliance.
Assim, o resultado da análise não pode ser interpretado apenas como uma lista de bugs, mas sim como um roteiro de ações para definir urgências e correções a longo prazo.
Esta é uma decisão crucial para a mitigação de riscos e para o uso eficiente dos recursos de desenvolvimento.
Passo 4: mitigar e corrigir falhas
Após a análise, a estratégia de segurança se transforma em código e infraestrutura protegidos.
Esta fase fica sob responsabilidade das equipes de desenvolvimento e operações, aplicando patches, reescrevendo códigos vulneráveis e reconfigurando a infraestrutura conforme recomendações do teste.
Segundo a metodologia DevSecOps (desenvolvimento, segurança e operações), a correção de bugs deve ser rápida e integrada ao pipeline de desenvolvimento para que as falhas não se acumulem.
É importante entender a diferença entre mitigação e correção de falhas.
A mitigação é uma ação paliativa que busca reduzir o impacto de ameaças cibernéticas, permitindo a continuidade e o bom funcionamento das operações.
Já a correção (ou remediação) é o reparo definitivo na causa da falha, o que pode ajudar a implementar medidas de segurança adequadas para o seu sistema.
Este passo é considerado completo após o teste de regressão, que obriga os testadores a executar os passos que os levaram à falha original.
O re-teste é importante para ter certeza de que a vulnerabilidade detectada foi, de fato, eliminada e que a sua correção não gerou novos problemas ao software.
Passo 5: criar relatórios e repetição contínua
O último passo transforma os dados coletados e as correções em conhecimento aplicável.
Para criar os relatórios necessários, é preciso entender os diferentes públicos:
Público técnico: detalha as vulnerabilidades, os passos para reprodução e as correções aplicadas (re-teste), servindo como roteiro para a equipe de desenvolvimento.
Público executivo: apresenta o nível de risco residual, o status de compliance e o ROI (Retorno sobre o Investimento) em segurança, permitindo a tomada de decisões estratégicas.
Assim, a segurança não deve ser vista como uma meta a ser atingida, mas sim como uma disciplina a ser mantida.
Após seguir todos os passos, é necessário agendar a repetição contínua dos testes de segurança, tendo em vista a evolução das ameaças cibernéticas.
Afinal, a abordagem contínua dos testes permite que a sua aplicação ou infraestrutura se mantenha resiliente no longo prazo.
Por que os testes de segurança são o futuro da cibersegurança?
Ao longo deste artigo, entendemos a importância dos testes de segurança para manter a qualidade e proteção de seu produto, além de ser o pilar da cibersegurança.
Exploramos as diferentes abordagens de testes e como implementá-los em cinco passos, deixando clara a necessidade de uma vigilância constante para impedir ataques cibernéticos.
Não se trata de buscar a perfeição, mas de manter um ciclo de aprimoramento contínuo.
Nesse sentido, os testes de segurança são a prova do compromisso de sua empresa com a proteção dos dados e a conformidade regulatória.
Ao integrar o teste recorrente, você constrói uma relação de confiança com seus clientes, mitiga riscos financeiros e protege a reputação da sua empresa contra as ameaças digitais que enfrentamos.
Leve seus testes de segurança para o próximo nível
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